terça-feira, 20 de novembro de 2007

Deixem-se de paternalismos! Os militantes do CDS merecem mais, em particular respeito!


Em jeito de comentário às declarações de Martim Borges de Freitas, que em vésperas da realização do Conselho Nacional do CDS-PP, desafiou Paulo Portas a dizer se pretende renunciar à matriz democrata-cristã do partido, vale muito a pena ler o importante alerta que Pedro Costa Jorge proclama em prol de um Conselho Nacional pacificador e construtivo:

"Só para lembrar a navegação e todos os velhos do Restelo, face aos rumores espalhados a público por alguns naufragados de que os outros andavam a naufragar a matriz democrata cristã do CDS, que FELIZMENTE a matriz da Democracia Cristã do CDS não depende nem dos antigos nem dos novos capitães da embarcação: é património do CDS, corre-nos no sangue (vermelho, azul ou doutra cor qualquer).

Esse engano, julgar que há iluminados que conduzem os outros com o precónio que não há mundo sem esses iluminados (quer iluminados vencidos quer iluminados vencedores que em turno controlariam o palco da luz), já foi vendido pela 25 de Abril e institutos afins (mas ainda não morreu – dizem que é um vírus que se altera com as circunstâncias), mal de que, graças a Deus, o CDS não padece porque foi vacinado à nascença (da abrilada entenda-se). Erro dos líderes e infelizmente efeito sobre os liderados. Deixem-se disso: os militantes merecem mais de quem já capitaneou o CDS (e até dizem viveu à custa dos víveres da embarcação) e espera-se discernimento de quem agora capitania. Não respondam os actuais dirigentes! Basta de «fotocópias». Basta de mais do mesmo; basta de cópias da luz que uns e outros julgam ser.

Por isso, atenção ao Conselho Nacional do próximo fim-de-semana. Por favor senhores conselheiros, deixem-se de tretas (ponham na gaveta esta querela que de reflexão tem muito pouco – já estou a ver argumentos do género «é uma discussão necessária») e ocupem-se da cartografia que interessa ao país: o que é que temos a propor; é altura de ter mais rumo, uma estratégia, porque a Missão da CDS-PP – fundada na Democracia cristã já foi há muito tempo estatuída – não está em causa. O que está em causa é a estratégia.

O CDS padece, por ventura ou desventura, de muita coisa. Por exemplo de captar aquela gente de direita que foge para o psd mas até se revê na Democracia cristã. Acontece é que antes de mais estes desanimados se afastam – e os eleitores em geral - porque não se revêem nestas querelas que de democracia cristã não têm nada (de cristã não têm mesmo nada: que eu me lembre o cinismo pertence ao outro lado de lá das atitudes a não promover). Mas também padece de propostas claras e organização e comunicação entre órgãos – um partido tão pequeno não pode ter parlamentares tão distantes das estruturas locais ou das preocupações nacionais dos seus militantes por exemplo). E estes males – atenção – não são de hoje pelo que não está ninguém ilibado.

Só para recordar o essencial – uma vez mais invisível aos olhos: a matriz Democrata Cristã do CDS (que é conservadora em muita coisa e liberal em muita coisa também – enganam-se os que pensam que só pertence à democracia cristã o conservadorismo – recordo a jeito de pista que se há novidades, rupturas e visões de futuro na história da humanidade muitas delas vieram do Cristianismo e digo visões de natureza eminentemente política – princípio da subsidiariedade, etc, etc) depende de muitos elementos, dois deles a recordar: os militantes da saudosa ‘base’ viva e a história do CDS que torna a Democracia Cristã incontornável no CDS-PP"

Pedro Costa Jorge, 20/Novembro/2007

1 comentário:

Anónimo disse...

"ocupem-se da cartografia que interessa ao país: o que é que temos a propor; é altura de ter mais rumo, uma estratégia". Não podia estar mais de acordo! Vamos dar bons exemplos e assim conseguiremos cativar mais pessoas para a construção do CDS!
Parabéns ao Pedro pelo bom artigo que escreveu!