"Apareceram na imprensa ultimamente avisos de uma ameaça terrorista em Portugal. O Governo declarou que isso «era para levar a sério» e os jornais especularam longamente sobre o tema.
A pergunta a fazer é: Para que servem estes avisos, estas notícias, estes alarmes? Será que os cidadãos podem fazer alguma coisa de útil neste assunto? A informação tem algum propósito razoável? As polícias e os serviços secretos jogam, sem dúvida, um papel decisivo no tratamento deste casos. Mas informar a população é, em grande medida, inútil e não defende ninguém em nenhum sentido prático. Pelo contrário, o único resultado é gerar o pânico e multiplicar os falsos alarmes, que complicam as investigações sérias.
Avisar que pode haver um atentado é como dizer que vem aí um terramoto, furacão ou meteorito arrasador. Muita gente gosta de se ocupar e preocupar com essas eventualidades. Mas, mesmo quando são verdadeiras, é sempre informação irrelevante. Aqui, porém, esse não é o problema central. O terrorismo, como o pró-prio nome indica, não funciona através do que faz, mas através do pavor que gera. Basta-lhe de vez em quando uma operação bombástica, em ambos os sentidos da palavra, para alimentar toda a sua influência.
Por isso, divulgar notícias sobre ameaças terroristas, não só não presta para nada, não só prejudica o trabalho das polícias, mas faz literalmente o trabalho dos terroristas. Pôr toda uma população a olhar por cima do ombro e a vasculhar o lixo é o maior triunfo que os assassinos podem ter. Porque o negócio do terrorismo não é a destruição mas o terror."
A pergunta a fazer é: Para que servem estes avisos, estas notícias, estes alarmes? Será que os cidadãos podem fazer alguma coisa de útil neste assunto? A informação tem algum propósito razoável? As polícias e os serviços secretos jogam, sem dúvida, um papel decisivo no tratamento deste casos. Mas informar a população é, em grande medida, inútil e não defende ninguém em nenhum sentido prático. Pelo contrário, o único resultado é gerar o pânico e multiplicar os falsos alarmes, que complicam as investigações sérias.
Avisar que pode haver um atentado é como dizer que vem aí um terramoto, furacão ou meteorito arrasador. Muita gente gosta de se ocupar e preocupar com essas eventualidades. Mas, mesmo quando são verdadeiras, é sempre informação irrelevante. Aqui, porém, esse não é o problema central. O terrorismo, como o pró-prio nome indica, não funciona através do que faz, mas através do pavor que gera. Basta-lhe de vez em quando uma operação bombástica, em ambos os sentidos da palavra, para alimentar toda a sua influência.
Por isso, divulgar notícias sobre ameaças terroristas, não só não presta para nada, não só prejudica o trabalho das polícias, mas faz literalmente o trabalho dos terroristas. Pôr toda uma população a olhar por cima do ombro e a vasculhar o lixo é o maior triunfo que os assassinos podem ter. Porque o negócio do terrorismo não é a destruição mas o terror."
João César das Neves
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