“…É sabido que existe uma
necessidade de serem realizadas reformas estruturais que foram sucessivamente
adiadas por falta de coragem política. Reformas que passam pela educação,
Justiça e ordenamento do território.
(…) o Dr. Isaltino fez uma
leitura pouco profunda e sem consequências da situação política que coloca nos
outros o ónus da mudança.
Hoje a democracia e o exercício
do poder (também do poder autárquico) não pode ser olhado como um espaço onde
os políticos dão azo à sua criatividade. A democracia moderna exige mais do que
o escrutínio de 4 em 4 anos.
A política de hoje pretende-se
responsável e participada. Um espaço de avaliação constante, onde os cidadãos
são chamados à participação na construção do desenvolvimento do município e do
país.
Já não basta, apenas, perceber
quais as linhas de financiamento europeu e posteriormente desenvolver projetos nessas áreas. Já não
basta prever receitas fictícias (com base em vendas de terrenos) para se
criarem orçamentos ilusórios, para se poder dizer que se realizará muitas
obras.
É necessário indicar, como e
porquê se realizam, quais as opções mediante os recursos escassos de todos.
Os cidadãos de hoje querem saber
e participar na determinação das prioridades e das decisões políticas.
E a divida municipal deve refletir
os montantes dos empréstimos bancários, bens como os financiamentos das
parcerias público-privadas, bem como a situação financeira das empresas do
sector empresarial local e das outras participadas pelo município.
É necessário mudar o paradigma
político também aqui e ter coragem de, até ao final do mandato, olhar
criticamente para todas as empresas municipais e participadas de forma a
corrigir os erros do passado em que se deixou crescer criativamente este
sector.
Que dizer da manutenção da LEMO
ou do SATUO?
Sabemos que o desenvolvimento
económico de Oeiras assentou na criação de grandes parque empresariais que
atraíram para o concelho muitas das empresas do país, numa altura de grande
expansão e crescimento económico do país.
Agora importa também uma política
de apoio ao pequeno negócio e às pequenas empresas. Temos de criar ambiente
favorável para que continuem a instalar em Oeiras empresas, mas também proteger
o comércio local e outras pequenas empresas e olhar os centros históricos como
tecido económico a renovar e onde os mercados podem ter um papel dinamizador importante e conseguir conciliar
isto com uma política de arrendamento social urbano..
Hoje no debate do município não
podemos esquecer as bandeiras dos programas eleitorais do passado e que estão
longe de terem um final feliz.
Desde logo, qual o futuro do
centro de congressos? Realizado através de uma sociedade veículo ficaram apenas
as ruinas.. Nunca foi entregue a esta assembleia o estudo de viabilidade deste
centro. E os centros geriátricos? Quem os vai gerir? E em que moldes? A quem
vão servir? Para que população e a que custos? E o centro profissional e de multiusos?
Na área do ambiente, vale a pena
perguntar, para quando a gestão sustentável dos espaços verdes do concelho, que
chegam a representar uma fatia enorme do orçamento da camara (cerca de13 milhões de euros) e
para quando a implementação de um sistema de gestão de ambiente que assegure
uma adequada gestão da água. Para quando a recuperação e requalificação das
linhas de água e mais concretamente para quando os corredores verdes?
Porque se concentrou a verba
disponível para investimentos apenas no parque dos poetas? Porque se adiaram as
obras como o Centro de Saúde de Carnaxide – extensão de Algés , tão necessário
às populações, porque se adiou a habitação jovem? Quando os jovens não
encontram casas para morar no concelho.
Por fim referir o único plano apresentado
nesta assembleia – o plano municipal de estacionamento da Parquestejo – que
propõe uma solução em estacionamento em silos, construídos em altura, foi
afinal apresentado um projeto subavaliado, sem perspectiva de financiamento.
(…) É necessário um novo
paradigma que produza efeitos na forma de atuação política no sentido de um
maior envolvimento das pessoas no desenvolvimento local, para tal deve haver
uma inequívoca vontade de partilhar a informação e uma maior transparência nas
decisões.”
Isabel Sande e Castro
Isabel Sande e Castro
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