O Sudão é o 32º país mais populoso do mundo e o 10º maior em território nacional. No entanto, na região Oeste deste enorme, e paradoxalmente dos mais esquecidos, países Africanos existe desde o início de 2003, na região de Darfur, um conflito armado entre as tribos árabes nómadas muçulmanas e os povos não árabes.
Darfur é actualmente uma das regiões mais pobres do mundo, devido a uma péssima integração da região no vizinho Sudão que ocorreu em 1916. Após a independência do Sudão em 1956, Darfur não teve qualquer investimente e foi claramente negligenciado, provocando um fraco desenvolvimento económico.
Este conflito conta com o apoio, embora não formal, do governo sudanês e tem provocado o extermínio (ou “limpeza étnica”) de um povo inteiro. Até hoje já contabiliza 200.000 mortes e 2,5 milhões de deslocados.
A dimensão é demasiadamente escandalosa para que o resto mundo não consiga dar uma resposta. Tem havido milhares de iniciativas pelo mundo inteiro de chamadas de atenção, desde pequenos grupos, a grandes “abaixo-assinados”, ou mesmo filmes/documentários sobre esta temática, mas infelizmente ainda não foi o suficiente para que os governantes tomem uma atitude séria, assumida e desprovida de interesses próprios, para que Darfur não se transforme noutro “Ruanda” em que um dia iremos ver um filme como o “Hotel Ruanda” e somos obrigados a dizer de um modo impotente: “que horror aquilo que aconteceu no Ruanda!”.
É verdade que o mundo não está esquecido, mas também é verdade que tem demonstrado uma atitude e um empenho nesta temática muito menor do que outros casos de menor dimensão. Em Julho e Agosto de 2006, o Conselho de Segurança das Nações Unidas aprovou a Resolução 1706, que levou ao envio de uma nova força de manutenção da paz da ONU, composta de 20.000 homens, para substituir as tropas da União Africana presentes no local, que contavam com 7.000 soldados. Mas o Sudão opôs-se à Resolução e, no dia seguinte, lançou uma grande ofensiva na região.
É preciso tomar uma atitude e fazer tudo, mas mesmo tudo o que consigamos para contribuir para o fim deste massacre! É URGENTE que um país como o nosso, que tem actualmente um Presidente da União Europeia, um Presidente da Comissão Europeia e um Alto-comissário da ONU para os Refugiados tem que ser capaz de fazer alguma coisa! Somos responsáveis pela história dos povos e agora temos a oportunidade de contribuir para o fim de um conflito escandaloso! Porque é que não está nas prioridades da Presidência Portuguesa da UE uma tomada de posição sobre o conflito no Darfur?
* - A palavra “genocídio” ainda não foi considerada pelas Nações Unidas para descrever a situação do Darfur
sábado, 20 de outubro de 2007
“Genocídio”* no Darfur
Publicada por CDS Oeiras à(s) 18:23
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1 comentário:
É urgente levantar a voz!!
O mundo não pode ficar impávido perante tanta violência!
Que vergonha permitir que estes erros do passado voltem a acontecer...
Não terá bastado um Ruanda??
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